Gosto de, ao caminhar, fotografar o que vejo à minha direita e à esquerda, a partir do mesmo exato ponto. A cada mudança do angulo, sem mover-me, descortinam-se imagens na maioria das vezes tão diferentes, possibilidades ímpares. Metafórico?
O ponto:
A direita, o pasto
e a esquerda reflorestamentos em eucaliptos.
O ponto, as vezes é fotografado para a frente, outras, para tras.
A partir daqui vejo que
de um lado, árvores anciãs resistem,
de outro, a casa ruiu
Aqui, em outro, de um lado um cafezal entre eucaliptos
Em frente, o gado leiteiro.
Em um mesmo e igual lugar, não são iguais as perspectivas, dependendo de como olhamos, em que sentido ou direção.
O vento contínuo, não é tambem o mesmo. E canta de formas diferentes, num mesmo lugar. E venta diferente.
Os odores do campo passam por nossos rústicos órgãos de percepção que não os conseguem perceber em sua totalidade e variedade. Apenas captamos alguns dentre centenas.
Somos atravessados por infinitos estímulos, porem só escolhemos alguns. É certo, porem, que todos nos influenciam.
Os sons dos pássaros, insetos, do gado. E eventualmente uma voz humana, ao vivo ou de algum rádio.
Mesmo quando ficamos imóveis num espaço, sentimos que todo o espaço se move, ou temos um vislumbre de percepção do real. Que não é. Sente-se que o tudo e o nada na verdade não tem importancia, além daquele instante.
Ah! O vento no bambuzal. Uma sinfonia da natureza. Fico estática, em êxtase, e compreendo o conceito de sublime.
(em 02/11/08)
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